Rabanne mergulha no ritmo do funk com campanha gravada na Rocinha

Ao amanhecer, o rio começa de novo. depois que o baixo desaparece e os corpos descansam, hĂĄ uma eletricidade persistente — do tipo que vive no calor de uma noite lembrada, ou talvez ainda acontecendo. Ă© nesse espaço entre o pĂŽr e o nascer do sol que esta campanha nasceu. nĂŁo imaginada de longe, mas moldada por aqueles que vivem nela.



Para sua coleção high summer 2025, rabanne volta seu olhar — e seus ouvidos — para a cultura funk do rio de janeiro: um mundo construĂ­do a partir de ritmo, resiliĂȘncia e reinvenção implacĂĄvel. aqui, nos bailes da rocinha, o som nĂŁo Ă© apenas entretenimento. Ă© a identidade. a histĂłria começa, em parte, com o prĂłprio paco rabanne — que na dĂ©cada de 1980 fundou uma gravadora de funk e soul, a paco rabanne design. ele foi o primeiro a escalar modelos negras de uma forma que o sistema de moda parisiense ainda nĂŁo havia adotado. sua revolução radical sempre foi acompanhada de curiosidade pela cultura e sensibilidade Ă  diferença. ainda na dĂ©cada de 1980, paco rabanne abriu um clube em saint-germain-des-prĂ©s, em paris, o black sugar, dedicado ao funk e Ă  mĂșsica afro-caribenha. esta nova campanha retorna a esse espĂ­rito — mas a filtra atravĂ©s de uma lente local contemporĂąnea e profundamente respeitosa.






Dirigido por emmanuel cossu e fotografado por melissa de oliveira, a campanha orbita em torno do mundo de melissa. artista visual nascida no morro do dendĂȘ, sua obra capta os cĂłdigos da vida urbana carioca com rara sutileza: acrobacias de grau, rituais de beleza de favela, a linguagem silenciosa e expressiva do cabelo, do gesto e da vestimenta. ela nĂŁo filmou apenas essa histĂłria, mas a abriu.









Mais de setenta pessoas aparecem nas fotos e no filme:

  • 20 bailarinos de movimentos como passinho com seus melhores bailarinos hiltinho fantĂĄstico e o coletivo oz crias, dançam marĂ©
  • dJs e artistas incluindo dj guiguinho, aisha, yaminah mello
  • 50 talentos dos bailes da rocinha, muitos nĂŁo profissionais mas carregados de presença

As imagens se movem entre a noite e a manhĂŁ — meninos pintando o cabelo, garotas se preparando para a festa, motociclistas cortando a primeira luz. cada momento Ă© comum e mĂ­tico.  em seu centro estĂĄ o funk carioca, um gĂȘnero que surgiu nos anos 80 a partir da influĂȘncia do miami bass e evoluiu para um som distintamente brasileiro, profundamente enraizado na favela. com o tempo, a batida ficou mais rĂĄpida — mais recentemente com a chegada do 150 bpm ou ritmo louco, onde os corpos se movem a um ritmo que beira o ĂȘxtase. esta Ă© a mĂșsica feita para o movimento, para corpos amontoados em um baile, para alto-falantes construĂ­dos para a batalha, como a letra agora clĂĄssica de dj malboro nos lembra: “Ă© som de preto, de favelado, e quando toca ninguĂ©m fica parado”.

 O estilo Ă© de flavia lafer, com o filme de moda estilizado por claudia kopke e marina franco. a mĂșsica Ă© uma mistura rica de mc neguinho - popotĂŁo grandĂŁo, mc marlon - a soma do quadrado, mc hollywood - rapidamente treme o bumbum e luiz bonfĂĄ - manhĂŁ de carnaval.


Direção criativa rabanne: julien dossena conceito criativo: sunbelt

direção criativa: alexia niedzielski & mari stockler

direção: emmanuel cossu

fotografia: melissa de oliveira

voz: ludmilla



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