22 maio 2025

Rabanne mergulha no ritmo do funk com campanha gravada na Rocinha

Ao amanhecer, o rio começa de novo. depois que o baixo desaparece e os corpos descansam, há uma eletricidade persistente — do tipo que vive no calor de uma noite lembrada, ou talvez ainda acontecendo. é nesse espaço entre o pôr e o nascer do sol que esta campanha nasceu. não imaginada de longe, mas moldada por aqueles que vivem nela.



Para sua coleção high summer 2025, rabanne volta seu olhar — e seus ouvidos — para a cultura funk do rio de janeiro: um mundo construído a partir de ritmo, resiliência e reinvenção implacável. aqui, nos bailes da rocinha, o som não é apenas entretenimento. é a identidade. a história começa, em parte, com o próprio paco rabanne — que na década de 1980 fundou uma gravadora de funk e soul, a paco rabanne design. ele foi o primeiro a escalar modelos negras de uma forma que o sistema de moda parisiense ainda não havia adotado. sua revolução radical sempre foi acompanhada de curiosidade pela cultura e sensibilidade à diferença. ainda na década de 1980, paco rabanne abriu um clube em saint-germain-des-prés, em paris, o black sugar, dedicado ao funk e à música afro-caribenha. esta nova campanha retorna a esse espírito — mas a filtra através de uma lente local contemporânea e profundamente respeitosa.






Dirigido por emmanuel cossu e fotografado por melissa de oliveira, a campanha orbita em torno do mundo de melissa. artista visual nascida no morro do dendê, sua obra capta os códigos da vida urbana carioca com rara sutileza: acrobacias de grau, rituais de beleza de favela, a linguagem silenciosa e expressiva do cabelo, do gesto e da vestimenta. ela não filmou apenas essa história, mas a abriu.









Mais de setenta pessoas aparecem nas fotos e no filme:

  • 20 bailarinos de movimentos como passinho com seus melhores bailarinos hiltinho fantástico e o coletivo oz crias, dançam maré
  • dJs e artistas incluindo dj guiguinho, aisha, yaminah mello
  • 50 talentos dos bailes da rocinha, muitos não profissionais mas carregados de presença

As imagens se movem entre a noite e a manhã — meninos pintando o cabelo, garotas se preparando para a festa, motociclistas cortando a primeira luz. cada momento é comum e mítico.  em seu centro está o funk carioca, um gênero que surgiu nos anos 80 a partir da influência do miami bass e evoluiu para um som distintamente brasileiro, profundamente enraizado na favela. com o tempo, a batida ficou mais rápida — mais recentemente com a chegada do 150 bpm ou ritmo louco, onde os corpos se movem a um ritmo que beira o êxtase. esta é a música feita para o movimento, para corpos amontoados em um baile, para alto-falantes construídos para a batalha, como a letra agora clássica de dj malboro nos lembra: “é som de preto, de favelado, e quando toca ninguém fica parado”.

 O estilo é de flavia lafer, com o filme de moda estilizado por claudia kopke e marina franco. a música é uma mistura rica de mc neguinho - popotão grandão, mc marlon - a soma do quadrado, mc hollywood - rapidamente treme o bumbum e luiz bonfá - manhã de carnaval.


Direção criativa rabanne: julien dossena conceito criativo: sunbelt

direção criativa: alexia niedzielski & mari stockler

direção: emmanuel cossu

fotografia: melissa de oliveira

voz: ludmilla



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